Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

João de Holanda

            No Domingo de Ramos, último domingo do tempo quaresmal, “a Igreja recorda a entrada do Cristo em Jerusalém para realizar o seu mistério pascal.” (MR, pág. 220) Nesta celebração duas grandes tradições foram unidas para gerar a liturgia deste dia. A primeira tradição veio de Jerusalém, na grande festa litúrgica que comemorava com grandioso júbilo a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Em grego mimesis (μίμησις) significa imitação ou representação do que Jesus fez, neste caso, sua entrada na cidade santa. E em contraste com essa grande alegria temos a liturgia romana que sobriamente recordava os acontecimentos que nos salvaram, em grego anamnese (ἀνάμνησις) ana, trazer de novo e mnesis, memória. Ou seja, trazer de novo a memória a paixão do Senhor. Na junção da liturgia de Roma com a liturgia de Jerusalém nasceu a liturgia do Domingo de Ramos. Por volta do século XIV toda a Igreja já celebrava o início da “Grande Semana” com esta Liturgia.

           Com essa “antítese” litúrgica de alegria e dor os cantos devem ser revestidos. Devem expressar o mistério da entrada triunfal do Senhor em Jerusalém, com grande júbilo, com festa, aclamando ao Rei de Israel. Porém, por outro lado, deve exprimir a dor da morte desse mesmo Rei. Observe-se, então, na letra e na melodia dos cantos litúrgicos a alegria de recebermos um grande Rei e a tristeza da morte desse mesmo Rei. Nesse clima e seguindo as normas litúrgicas para esta celebração, sugerimos alguns cantos para este dia.

"Por isso, te pedimos, Senhor, que como um piedoso hosana, suba a ti o nosso canto! Amém!"